Mortes Trágicas no Universo Rock – Janis Joplin

jmp0023-fp Janis em foto de Wolfangs Vault

A garrafinha na mão é de Southern Comfort. Como ela vivia andando com essa bebida, resolveu ir à companhia fabricante e exigiu que a pagassem pela divulgação. Os fabricantes hesitaram, então o escritório da empresa foi invadido com recortes de jornal com a imagem de Janis segurando a bebida. Com isso, eles resolveram que ela merecia sim algo em troca, e lhe ofereceram presentes de cerca de US$ 2.500 à época.

Janis Lynn Joplin nasceu no dia 19 de janeiro de 1943 em Port Arthur, Texas, USA.

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Começou a cantar blues e folks quando estava na Universidade do Texas, em Austin. Não era bonita e isso lhe trouxe muitos problemas em sua vida. Foi eleita o homem mais feio do campus. Com isso, saiu fora e passou 2 anos viajando, cantando e se drogando. Ela gravitava do folk ao jazz, passando pelo blues, especialmente Bessie Smith, em quem se espelhava em seu início. Mas foi assistindo ao show do Otis Redding no Fillmore, de Bill Grahan, em 1966, que houve a virada que definiu o seu estilo. Antes, por volta de 1963 esteve na Califórnia já ensaiando uma carreira como cantora. Porém, o excesso de álcool fez com que retornasse a Austin para se recuperar. Sua voz e forma peculiar de cantar seus rocks e blues a tornaria conhecida como uma cantora branca de alma negra. Sua figura se mistura com o nascimento do Movimento Hippie – ela era uma psicodélica ambulante – a partir do momento em que volta para San Fran, chamada por Chet Helms, dono do salão Avalon, para cantar com a banda da casa, o Big Brother Holding Company, com quem gravaria depois o Cheap Thrills.

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Explodiu no Festival Pop de Monterey, 1967, em pleno Verão do Amor, e no Festival de Woodstock, em 1969. Veio ao Brasil em fevereiro de 1970, para o Rio. Ficou hospedada no Copacabana Palace, de onde foi expulsa por nadar nua na piscina. Também quase foi presa por “atentado ao pudor” na praia de Copacabana. Ela estava aqui para se divertir ( e também para se afastar da heroína) e girava numa voltagem para além, muito além da falsa moralidade. Eu li uma vez numa coluna do Arnaldo Jabor, acho que na Folha, que ele estava com amigos no Varanda (bar de Salvador) e Janis – ela foi para a Bahia de carona com um amigo que tinha uma motocicleta – chega à sua mesa, completamente chapada, e pergunta : “Where can we have some fun around here ?” (algo como, onde podemos nos divertir por aqui ?). Como nada do que sugeriu a agradasse, levou-a a um puteiro, e parece que ela se divertiu muito, porque segundo ele, ela estava caindo de porre e ficava cantando pontos de candomblé com alguma puta do pedaço.

janis-carO Porsche psicodélico de Janis

Em 3 de outubro de 1970, Janis foi com Nick Gravenite, na audição do take instrumental de “Buried Alive in The Blues”, que gravaria no dia seguinte. Ouça a canção apenas no instrumental:

Foi encontrada morta em 4 de outubro de 1970 em Los Angeles, Califórnia, de overdose de heroína em seu quarto no Landmark Hotel. Foi cremada em Westwood, Cal, e suas cinzas lançadas sobre o Pacífico. Seis meses depois saiu o disco póstumo “Pearl”, com sua nova banda Kozmic Blues. Certamente Janis viveu intensamente. De tudo o que ela disse, o que ficou mais comentado após sua morte foi : “Puxa, prefiro ter dez anos de ultra-super-máximo do que viver até os setenta sentada numa cadeira de balanço, vendo televisão”.